It Girls não usam tendências, mas criam elas
Não, mudar o guarda-roupa a cada estética nova não vai te fazer ser a diva que todos querem copiar
“It-girl é um termo que surgiu a partir de 1927, para designar mulheres de grande influência e personalidade autêntica […]” (por fashionlismo)
Estilosas, criativas e únicas, as chamadas It Girls dominam a sociedade desde antes da existência do termo e, apesar da banalização da nomeclatura pelo frequente uso nas redes sociais durante o século XXI, ainda não existe mais nada que possa descrever o impacto que essas mulheres tem no mundo da moda e lifestyle.
Hoje em dia todo mundo quer ser uma It Girl — e se você está lendo um artigo com título, capa e blog cujo nome não abre espaço para ambiguídade, bem… meu palpite é que você também queira ser uma delas (assim como eu) —, mas acontece que o título se perdeu no meio das fast trends com a ascensão do Tiktok e últimamente qualquer pessoa com uma conta no instagram, gel no cabelo ou então um guarda roupa que gire mais do que a cabeça dos meus amigos depois do terceiro copo de caipirinha é chamada assim.
E não, não há problema em passar gel no cabelo ou virar o que apelido carinhosamente de “camaleão fashion” (ou cair depois do terceiro copo de caipirinha), pelo menos não que isso seja um crime ou coisa parecida. Porém, o termo não veio por acaso e para ser como aquelas garotas que criam tendências e inspiram outras divas no mundo da moda e lifestyle, oras, você precisa ter a coisa mais valiosa e escarsa que temos no cenário atual: personalidade.
Temo que copiar toda trend que surge nas redes sociais e se endividar a cada novo tipo de aesthetic não seja lá o melhor exemplo de personalidade.
Clara Bow é considerada a primeira It Girl — ou pelo menos a primeira mulher a quem foi designado esse título após sua criação. Clara foi uma atriz de Hollywood que conquistou todos com, para além da beleza e talento nas telinhas, sua jornada e estilo de viver a vida. Ela veio do Brooklyn em nova York, teve uma infância humilde, mas a partir de 1920 se tornou o exemplo a ser seguido por todas as mulheres que íam ao cinema, isso numa época pós guerra onde os Estados Unidos estava dividido entre preservar os bons valores morais e as flappers, mulheres ousadas que desafiavam os valores morais (sim, aquela clássica imagem de uma mulher com vestidos curtos sem silhueta marcada, tiara de pena na cabeça e um cigarro enorme nas mãos).
Acontece que nossa querida Clara Bow não era um nem outro. Ela não se encaixava no tradicional, mas tampouco se limitava ao sedutor, ela era ousada, mas ousada por… ser Clara Bow. Divertida, despreocupada.
Outra grande It Girl cujo nome está estampado na bolsa mais desejada e exclusiva do mundo da moda (feita em sua homenagem) é a modelo inglesa mais francesa de todas, Jane Birkin.
Jane foi e ainda é um ícone da moda e isso porque sabia mais do que ninguém a dar vida para cada peça de roupa que usava, porque tinha um estilo de vida único que não se pode descrever de outro jeito senão “muito Jane Birkin”, porque defendia as causas que acreditava — era uma ativista. Jane tinha personalidade e assim criou um estilo, um novo tipo de imagem para a feminilidade, influenciou ideias e a liberação sexual de mulheres na época apenas por viver a vida do seu jeito.
Até a rainha Vitória da Inglaterra pode ser considerada uma It Girl mesmo tendo nascido décadas antes do surgimento do termo, até porque se você salva inspirações de vestidos de noiva brancos no pinterest até de madrugada enquanto monta sua pasta de casamento dos sonhos, bom, adoro lhe informar que foi a própria quem iniciou esse tipo de “tendência” e muitas outras.
“Alguns a amam, muitos a odeiam, mas todos sabem quem ela é”
Até aqui entendemos o que todas essas garotas tem em comum, certo? Elas apenas são aquela velha e frase clichê, por vezes piegas, que todo mundo está cansado de ouvir: são elas mesmas. E no século XXI continuamos cheios de ícones que influenciam milhares de pessoas com seu estilo e lifestyle a ponto de criar e ditar tendências, modos de pensar e agir.
Bella Haddid foi a febre de 2022 e todos queriam aquele guarda-roupa, o segredo da rotina e estavam loucos por cada passo que ela dava. Hailey Bieber, goste ou não, foi o principal rosto e inspiração das duas palavras mais temidas pelo público atualmente: Clean Girl. E bem, eu continuo vendo o blush chinelão da Sabrina Carpenter em vários rostinhos por aí tamanhas oito da manhã.
Todas essas coisas foram criadas — ou popularizadas — por essas mulheres.
“Mas então ser uma It Girl se resume a NUNCA seguir nenhuma trend e só tentar incansavelmente criar a minha?”, calma lá minha nobre girlypop leitora deste newsletter, ser uma It Girl, como visto anteriormente com duas das ícones do século passado, vai muito mais além de roupas e estilo de maquiagem. Tem a ver com ser, pensar e agir. Pelo menos se você pensar no sentido mais casual da palavra.
Também não posso deixar de mencionar a Jennie do BLACKPINK que ganha um destaque nessa lista. Não porque venho sendo uma fã fiel desde 2016 com a estreia do seu grupo no auge dos meus 11 anos e assim posso dizer que passei minha vida moldando meu caráter e personalidade junto com ela… Não, nada disso!
Ela não só cria tendências e dita o que é fashion ou não. Na verdade, já vi a mesma usar várias trends algumas muitas vezes, mas o diferencial é: ela adapta as trends para o estilo dela e não adapta o estilo dela para as trends. Ela usa o que gosta e não o que todo mundo está usando. Ela conhece o corpo, o que cai bem, o que valoriza, o que faz ela se sentir bem.
Mais uma vez, ela tem personalidade e isso é o que a faz ser lembrada.

Então sim, minha cara girlypop que compartilha da mesma premissa de se tornar uma It Girl em ascensão assim como eu, você também pode virar uma daquelas garotas que inspiram outras e isso não precisa sequer ser levado a níveis mundiais. Apenas seja você, use o que você goste, mostre seus hobbies, desejos e pensamentos através do que você usa porque, como já vimos neste blog, moda é uma mensagem ao mundo, uma mensagem de quem você é.
E quem sabe você não esteja influenciando alguém no seu bairro, instagram ou faculdade? Como uma verdadeira It Girl.
Um situação que ocorreu comigo semanas trás foi na loja onde eu trabalho. Adoro pintar minha unha de perolado e confesso que minha manicure já deve estar cansada de ver os mesmos esmaltes em toda sessão que temos juntas. Considero essa minha marca registrada, eu se fosse um esmalte. Uma cliente viu e elogiou e no dia seguinte ela foi a loja só para me mostrar as unhas dela e dizer que foi influenciada por mim a fazer igual.
Eu nem a conhecia antes disso, mas fiquei super feliz. As vezes recebo os mesmos comentários em fotos no instagram e lá eu só sou eu e bem, é uma coisa tão boba e pequena, não é? Mas já diz muito sobre o que quero dizer com essa newsletter (aliás, me sigam no insta clicando aqui divasss, vamos ser amigas por lá também).
De todo modo, não importa se a tendência da vez é borro chic, messy girl ou o que for, use seu coque lambido quando der na telha, suas botas compridas e seu delineado esfumado, o que você quiser, mas faça alguma coisa que seja sua coisa e diga ao mundo quem você é. Se prender numa caixinha de estética e virar um camaleão fashion não é moda, não faz com que lembrem quem você é e ainda por cima custa caro.
Oiii Jenn!!
Sei que esse post é dedicado especialmente às meninas (e tá maravilhoso, aliás), mas não resisti e precisei aparecer por aqui, porque me vi muito no que você escreveu.
Também sempre acompanhei sua newsletter, e essa em especial me deu vontade de deixar um comentário.
Nunca fui de seguir tendência.
Sempre curti criar meu próprio estilo, mesmo que isso me rendesse algumas caretas ou comentários atravessados.
Lembro de uma época em que comecei a usar bandana, e, claro, fui alvo de umas críticas.
Meses depois, adivinha quem apareceu com uma bandana igual?
Justamente quem tinha me zoado.
A gente ri, mas no fundo sabe: quando você segura o que veste com verdade, isso se espalha.
Com o tempo, percebi algo que você também mencionou lindamente: a influência involuntária.
E foi aí que entendi, estilo tem a ver com presença, com essência, pois ter personalidade é o que sustenta qualquer roupa.
Hoje, quem me conhece sabe que tenho duas marcas registradas:
A primeira: o chapéu (sou apaixonado especialmente por panamás, Tenho vários — quer dizer, tinha. Muitos amigos foram pedindo e eu fui doando. Mas guardo com carinho meus preferidos: os panamás). E essa pegada mais clássica que sempre me encantou: camisa, calça jeans ou social, colete, casaco… Gosto desse estilo masculino antigo, principalmente no inverno.
Me sinto em casa dentro dele.
Uma vez, estava na rua com uma camisa branca, jeans, bota preta e meu panamá favorito, quando uma senhora me parou e disse: “Você está muito lindo. Esse chapéu é igual ao daquele ator da novela, não é?”. Respondi rindo: “Não sei, não assisto novela”.
E segui, com aquele sorriso de quem sabe que está sendo fiel a si mesmo. Um sorriso bobo de quem foi visto.
E tem isso também: às vezes vejo pessoas tentando usar chapéu e percebo que falta algo.
Não é o acessório, é a identidade.
Porque como você disse, não adianta só vestir o que é tendência. Estilo não é imitação, é expressão.
E quando a gente tenta ser algo que não é, vira um pouco… girafa com orelha de elefante (desculpa a comparação, rsrs, mas acho que você vai entender o espírito!).
A segunda marca, que carrego comigo de forma ainda mais simbólica, é a folha de plátano.
Quem me conhece sabe o quanto tenho conexão com a natureza, e o plátano, além de ser minha árvore favorita, não simboliza apenas a mudança de estação.
Essa folha me lembra que viver é cíclico.
É sobre transformação, pausas, reinícios.
Ela me representa de um jeito que vai além do visual, é quase espiritual.
Uma mensagem silenciosa que levo comigo, como quem diz: “Estou em constante mudança, mas ainda sou eu”.
Enfim, adorei demais esse texto.
Ele não só fala sobre moda, mas sobre coragem de ser. E ser, com verdade, inspira, sem nem precisar tentar.
Gratidão por dividir isso com a gente.
E sim, pra mim, você é uma verdadeira It Girl, dessas que criam, mas também tocam.
Ps. Adorei a capa do texto!
Com estilo e admiração,
Ale,🍁🍂
@silenciobonito®
Oie, a moça da foto do meio é a mesma da sua foto de capa?
Ela usou um brinco triangular que tem na minha loja e foi motivo de muito alvoroço kkkkk